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domingo, 26 de julho de 2009

Resumo "O Existencialismo e a Sabedoria das Nações" - Parte IV

Artigo II - O idealismo moral e o realismo político (pag. 43 a 56)

No segundo artigo da obra, Beauvoir expõe os posicionamentos dos moralistas e dos realistas no mundo. Moralismo e realismo são duas doutrinas, a princípio totalmente diversas, que desde a antiguidade mantém-se em um conflito que se apresenta como indissolúvel, já que ambas se mostram bem inflexíveis. Moralistas e realistas não concordam com o modo de agir um do outro e não abrem mão de seus respectivos valores.

Beauvoir propõe nesse artigo uma reflexão acerca da possível síntese destes dois princípios. “Acabará a moral por se tornar incapaz de agir sobre o mundo real, e o mundo real por ser despojado de toda a significação moral? Ou, ao contrário, poderão os dois planos em que se desenrola a atividade humana juntar-se e confundir-se?” Os idealistas morais, na visão de Beauvoir, falham por se prenderem demais a princípios universais, absolutos, acabam assim por deixar em segundo plano a realidade que os cercam. Os realistas políticos, por sua vez, subordinam tudo à realidade presente e esquecem a subjetividade humana.Enquanto que os moralistas agem em função de valores intemporais que não valorizam a realidade corrente e não levam em consideração as mudanças que ocorrem no mundo; os realistas políticos priorizam o presente e subordinam todos os seus atos a um fim determinado e imutável que deve ser alcançado a qualquer custo.

sábado, 25 de julho de 2009

Resumo "O Existencialismo e a Sabedoria das Nações" Parte III-

Artigo I: O existencialismo e a sabedoria das nações
Página 32 à 42

A partir de agora a autora faz uma defesa e uma explicitação do pensamento existencialista. Afirma ser o existencialismo um otimismo, pois propõe ao homem não uma condição pré-estabelecida, ou um fim certo em que se deve simplesmente conformar-se a esperá-lo, como acredita a “filosofia da imanência”, mas ao contrário: faz do homem o próprio responsável pelos seus fins e exclui qualquer concepção de Natureza, trazendo consigo uma liberdade fundada no real.
Beauvoir combate também a falsa noção de que o existencialismo é uma filosofia do desespero, ou que seja uma filosofia solipsista. Na verdade, opõe-se a esta idéia e afirma-se como uma “filosofia da transcendência”, ou seja, compromete-se com o outro e com o mundo exterior, move-se em direção a estes. Logo, não despreza o amor, a amizade e a fraternidade, mas diz ser nestas manifestações que o homem encontra o fundamento e o cumprimento do seu ser. Sendo assim, leva também à conclusão de que o existencialismo encara a morte de maneira natural, nem com pesar, nem com um contentamento esperançoso, pois os empreendimentos humanos têm seu valor na liberdade que os envolve. Portanto, a liberdade está acima da morte. Critica a “moral exigente” e diz que nela é que está o pessimismo. Este engoda o homem numa escravidão aos fins, tornando-o um acomodado, pois é mais fácil livrar-se das responsabilidades sobre o agir, que simplesmente aceitar-se como feitor de si mesmo. Logo, o homem é aquilo que escolheu ser, este é senhor de si. Por tal argumentação surgem as contraposições ao existencialismo, fomentadas pelo medo da liberdade. Mas, Simone afirma que tudo isto advém não de um pessimismo ou desespero, mas sim de uma inquietação causada pela “filosofia da transcendência”, pois esta tira o homem do sono do conformismo e lança-o ao comprometimento da luta.
Portanto, finaliza o artigo desprezando qualquer heroísmo hipócrita ou covardia conformista e salienta que o existencialismo nada mais é que uma filosofia que aceita e assume o homem, torna-o autêntico. Assim, simplesmente “confia no homem”.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Viver sem Tempos Mortos - Monólogo sobre Simone de Beauvoir.


O enfoque deste blogger é em dilvulgar o grupo de estudo: Liberdade e Ambiguidade, acerca dos trabalhos referentes ao estudo sobre Simone de Beauvoir, mas nada impede que o blogger também seja um meio para divulgar outras coisas relacionadas à ela, divulgando ainda mais seus trabalhos e quem sabe, fazendo com que mais e mais pessoas se interessem sobre essa filósofa que pode ser tudo, menos desinteressante.

E um post vai além de nossos resumos é o monólogo Viver sem Tempos Mortos, onde Fernanda Montenegro interpretou Simone de Beauvoir. Até onde minhas pesquisas on line conseguiram chegar, a peça ficou em cartaz de 23 de maio a 28 de junho de 2009, no Teatro Sexc Anchieta em São Paulo, dentro do Projeto Caminhos da Liberdade.
O poster da peça é esse aí do lado.

A peça foi inspirada em cartas e em apontamentos autobiográficos da filósofa, e em cena o único elemento cenográfico é uma cadeira preta, aonde Simone (Montenegro) senta-se e em primeira pessoa passa a contar seus importantes momentos de sua tragetória. Boatos sobre uma possível turnê de Viver sem Tempos Mortos foram escutados em múrmurios incertos, fica aqui a minha torcida para que a peça viaje o pais.

O site da revista Bravo! divulgou uma entrevista muito boa com a Fernanda Montenegro, de onde eu tirei essa montagem abaixo. Por uma questão de temática mesmo, apenas colocarei o corpo do texto precedente a entrevista.



Passava um pouco das 21 horas quando, naquele sábado de Aleluia, Fernanda Montenegro disse as últimas frases do monólogo Viver sem Tempos Mortos. Por 60 minutos, a atriz carioca interpretara Simone de Beauvoir (1908-1986) para as 350 pessoas que lotavam o teatro do Sesc em São João de Meriti, humilde e populoso município da Baixada Fluminense. Entre os que aplaudiam, destacava-se Wilson Ademar, negro de 93 anos, sapateiro aposentado, que nunca presenciara uma peça antes. Tão logo tomou conhecimento do espectador inusitado, Fernanda se comoveu e indagou publicamente: "O que o senhor imaginava toda vez que pensava num palco?". Wilson, tímido, respondeu: "Eu não imaginava".

Pois é sobretudo com a imaginação da plateia que a atriz parece contar enquanto incorpora a filósofa e escritora parisiense, ícone do feminismo e parceira de outro célebre filósofo, o existencialista Jean-Paul Sartre. Na mais despojada produção que estrelou em seis décadas de carreira, Fernanda vira Simone sem lançar mão de elementos que remetam fisicamente à personagem. Não há sotaque, não há trejeitos característicos, não há nem mesmo um figurino afrancesado. Com uma camisa social branca e uma calça preta, a atriz senta-se numa cadeira igualmente preta, único objeto em cena, e permanece lá durante toda a montagem, sob um persistente foco de luz. Narra, então, os principais momentos da intensa trajetória de Simone. Fala sempre na primeira pessoa, usando depoimentos da própria romancista, extraídos de livros e cartas.

O monólogo dirigido por Felipe Hirsch, que já percorreu a Baixada e a região serrana do Rio de Janeiro, desembarca agora em São Paulo como parte de um evento maior, batizado de Caminhos da Liberdade. A iniciativa prevê que, antes do espetáculo, o público assista a Uma Mulher Atual, documentário de Dominique Gros sobre Simone, e, depois, participe de um debate conduzido pela socióloga Rosiska Darcy de Oliveira, especialista no legado da filósofa.

De início, Fernanda planejava tocar o projeto com o ator Sergio Britto, que assumiria o papel de Sartre. No entanto, o colega preferiu desistir da empreitada para se dedicar à peça A Última Gravação de Krapp e Ato sem Palavras I. A atriz, que completa 80 anos em outubro, acatou a decisão e prosseguiu sozinha. No percurso, perdeu o marido, o também ator Fernando Torres.

Quem vê Simone discorrer sobre Sartre ao longo do monólogo dificilmente deixa de cogitar que talvez exista um subtexto ali — que talvez Fernanda esteja refletindo sobre o próprio companheiro, um modo delicado de absorver e superar a morte dele. No domingo de Páscoa, a artista recebeu a equipe de BRAVO! para uma conversa de quatro horas.


Link para ler a entrevista da atriz à revista, clique AQUI!

Procurando mais pela net, encontrei dois vídeo da Fernanda Montenegro respondendo a duas perguntas distintas a respeito de Beauvoir durante um debate realizado no Sesc Anchieta, São Paulo, no dia 03 de junho de 2009.






Fontes para este post:
-
Revista Bravo!
-
Guia da Semana
- Os vídeos foram retirados do youtube e a foto do site da referida matéria no site da Bravo!.


- Foto do poster, adquirida por pesquisa no google.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Resumo "O Existencialismo e a Sabedoria das Nações" - Parte II

3. O Existencialismo e a Sabedoria das Nações (Artigo I – pág. 20 até 31)

Ao tratar sobre o amor, Simone de Beauvoir explica que a "psicologia do interesse" seria o "motor" que moveria as relações dos homens. O formalismo fomentaria as relações, mascarando o sentimento que se originaria destas. O senso comum prefere acreditar nas relações como "um jogo de interesses mútos". Quanto às críticas feitas pelo senso comum à falta de otimismo do existencialismo, Simone defende-o mostrando como as pessoas se conformam em viver na má-fé, sem "tomar partido", resignados.

sábado, 18 de julho de 2009

Resumo "O existencialismo e a sabedoria das nações" - Parte I

O Existencialismo e a Sabedoria das Nações. (02 de julho de 2009).

Discussão: Prefácio e Artigo I (O Existencialismo e a Sabedoria das Nações) até a página 20.

1. Prefácio

Um estadunidense preocupa-se em resolver os problemas, enquanto que na França preocupam-se em “equacioná-los”. – Beauvoir nos fala que um estadunidense lhe confessa essa visão. Além de pensar que “o pensamento especulativo não ajuda a viver”, e pelo contrário, dificulta. Mas, ao longo do prefácio, podemos perceber que Beauvoir nos indica que a “praticidade” política (do estadunidense) é indissoluvelmente ligada à moral (e ao pensamento especulativo da filosofia). Ambas tratam “de fazer a história humana, de fazer o homem”. E, por detrás de toda política há uma ética.
Os ensaios que se seguem na obra maior cujo o Artigo I é homônimo procuram defender o existencialismo contra a acusação de “frivolidade e gratuidade”.
“Toda tentativa viva é uma escolha filosófica.” A vida não se separa da filosofia.

2. O Existencialismo e a Sabedoria das Nações (Artigo I – até a pg. 20)

Acusam o existencialismo de “miserabilismo”, e que só mostra a fraqueza do homem, negando: a amizade, a fraternidade e todas as formas de amor. Que este encerra o indivíduo em uma solidão egoísta. Os críticos não se aprofundam no tema e os leitores acreditam nessas coisas “docilmente”. Com o tempo passaram a acreditar em uma natureza humana egoísta, imutável, e “fundou-se mesmo uma moral sobre esta psicologia sumária: inventou-se o utilitarismo que permite conciliar a preocupação do bem público com uma concepção desiludida da natureza humana.” (Podemos lembrar que para Beauvoir não existe propriamente uma natureza humana a priori, e passar a acreditar, sustentar, aceitar como verdade essa “de um homem imundo por natureza” é pura “má-fé”).

OBS: O termo “Sabedoria das Nações” pode ser entendido como “Sabedoria Popular”

Informações: Resumo "O existencialismo e a sabedoria das nações"

Boa dia, tarde, noite ou madrugada.

Vão aqui algumas informações referentes ao novo projeto do "L&A Beauvoir".

Semanalmente deverá ser postado um resumo referente ao que estritamente foi lido e discutido em grupo. Este resumo será escrito por apenas uma pessoa, a qual será escolhida pelo grupo ao fim de cada reunião, de forma que todos possam escrever para o nosso Blog e participar efetivamente do projeto. Não será inicialmente delimitado o número de postagens referentes a este livro, sendo a quantidade relativa ao que o grupo achar mais conveniente, ou seja, haverá tantas postagens de resumo quantas reuniões de estudo sobre o livro.

Ao fim do estudo, será reunido e enviado todo o material para a leitura da Profª Msª Eliana Sales Paiva. Após isso, discutiremos em grupo o que é conveniente tirar, acrescentar ou reformular no resumo. Destarte, teremos um fichamento bem estruturado e organizado que será disponibilizado aos interessados.


Ass: Lucas Barreto Dias.