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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Novo livro em estudo: O Pensamento de Direita, Hoje.

Depois de um tempo parado por assuntos internos, não apenas o blogger do grupo voltou a ser atualizado, como o próprio grupo voltou a ativa. Com algumas mudanças e caras novas, voltamos. E com uma nova obra da Simone de Beauvoir para estudar: O Pensamento de Direita, Hoje.







Acima estão duas versões da capa; há uma terceira versão onde a capa é bem colorida, na verdade parece aqueles desenhos que fazemos quando somos crianças, mas não encontrei esta capa no google, apenas um membro do grupo tem essa versão. Acontece que o livro não é exatamente um livro mas um capítulo de um outro de 1955, de nome Privilèges.





Em Privilèges há três ensaios da autora: Deve-se Queimar Sade?, O Pensamento de Direita Hoje e Merleau-Ponty e o Pseudo-Sartrismo. Os dois primeiros ensaios, há versões em português, mas como já deu para notar sairam como livros independentes; dando uma procura em sebos e sites de sebos, não é tão difícil os encontrar e no geral não são tão caros. Agora o terceiro Merleau-Ponty e o Pseudo-Sartrismo, não temos certeza que realmente haja uma versão em português, caso você saiba de algo, entre em contato com o blogger e compartilhe a informação.

Voltando ao assunto inicial, o livro que está sendo estudado é O Pensamento de Direita, Hoje. Acredito que não preciso lembrar que esse "hoje" é em 1955. Que embora muito do que ela fala, nós já saibamos o resultado, o estudo vale ainda por o pensamento de direita ainda trazer em seu seio, formas não muito diferentes das que Beauvoir cita.

Sim, continuaremos a publicar os resumos, mas uma das mudanças do grupo foram que as reuniões passaram a ser quinzenais por conta da disponibilidade dos integrantes, mas tentaremos semanalmente publicar algo; seja resumo, seja outra coisa que tenha haver com a temática do blogger.

Semana que vem será publicado o resumo do primeiro capítulo: Situação Atual do Pensamento Burguês.

Atenciosamente,

Grupo de estudo: Liberdade e Ambigüidade - Compreendendo Beauvoir.


Fonte das fotos: Pesquisa realizada pelo site de busca google.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O existencialismo e a sabedoria das nações ( índice de todos os resumos)

Para facilitar para quem acessa o blogger para ler os resumos que foram aqui publicados e os que futuramente serão, ao final de cada obra resumida, será colocado um post com todos os resumos organizados.

O Existencialismo e a Sabedoria das Nações ( L'existencialisme et la Sagesse des Nations)

Autor(a): Simone de Beauvoir

Tradutores:
Manuel de Lima
Bruno de Ponte

Coleção Ensaio
Editora: Minorauro

Resumo feito por: Membros de grupo de estudo "Liberdade e Ambiguidade: Compreendendo Beauvoir" da Universidade Estadual do Ceará ( UECE)


O presente livro é uma compilações de 4 artigos da autora, inicialmente publicados na década de 40, na revista Les Temps Modernes e que em 48 foi publicado em forma de um livro.




Prefácio e o artigo "O existencialismo e a sabedoria das nações"

Artigo: "O Idealismo Moral e o Realista Político"

Artigo: "Literatura e Metafísica"

Artigo: "Olho por Olho"

O existencialismo e a sabedoria das naçõs- Parte XI (Final)

Resumo do artigo IV: Olho Por Olho
Páginas: 117-127

Afirmando que todo castigo é um fracasso uma vez que da vingança pode surgir uma tirania e a sanção não passa de uma forma vazia de significado e que o princípio do castigo é mau, não  seria então melhor perdoar? O homem seria livre no mal? Acontece que o homem não é inteiramente bom ou mau, não é essa plenitude. Sócrates dizia que ninguém é mau voluntariamente, quem é mau também quer o bem, nem que seja o seu próprio. E numa profunda análise, quem poderia afirmar que é melhor que o outro? Conhecendo de perto por meio da educação, desejos, do comprometimento da pessoa no mundo, qualquer ação da mesma seria explicada; até mesmo a de Hitler.

Os atos nefandos  já não seriam mais odiosos. Aos olhos de um criminoso seus atos não não tão terríveis, na verdade são até plausíveis. Mas se esses próprios atos fosse visto sob uma outra perspectiva? A tortura não mais vista pelos olhos do carrasco, mas de quem a sofreu. Simone de Beauvoir cita como exemplo a reação de certos carrascos de Belsen no processo de Luneburgo, onde chegaram a compreender a dimensão de suas ações ao olharem sobre outra perspectiva, sobre a perspectiva das vítimas, sobre a da sociedade que rejeitavam tais atos. O ódio e a vingança visam a intenção do ato, contudo, um erro não exprime o que o homem é, ele deve ser condenado por uma única ação que não é mais expressão de uma liberdade? O culpado pode ter mudado e se realmente mudou, para quê serve a punição? 

O cristão encontra uma desculpa para seus pecados na queda original. Nenhum ato humano é escandaloso, a terra já o é aos olhos de Deus e somente Ele pode julgar, deve-se perdoar para que Ele nos perdoe. Simone não nega que há uma certa verdade no ponto de vista anterior; o ato realizado tem que ser julgado juntamente com o homem que o realizou, um não possui sentido nem realidade sem o outro. Mas esse mau ato pode ser atenuado com outros atos estranhos e ele, e o culpado aos olhos dos outros homens por um novo; optam por seu futuro, oferecendo uma nova oportunidade. Porém, tal coisa não é possível quando um homem degrada o outro deliberadamente em coisa, pertence ao homem o direito de punir.

O homem é um ser livre; ele é livre para escolher os atos que realiza; ele é responsável tanto no mau quanto no bem. O mal é a recusa em se comprometer em nome do bem. E Compreender um ato não é desculpar. Compreende-se a situação de onde uma liberdade se decide, e se foi uma decisão, foi uma  escolha. Podia ter escolhido não ter traido seu pais, não ter matado, no entanto, traiu e matou.

Uma questão é colocada: A quem tem o direito de punir? Quanto mais a justiça renunciar seu caracter expressivo, mais seu significado é perdido, mais seu domínio do mundo concreto se perde. Os tribunais querem expressar o direito impessoal regidos por uma lei universal, que na opinião da autora é a herança kantiana mais deplorável. O problema é que o acusado existe na sua singularidade, a morte é um acontecimento real, o castigo é justificado por um momento de conflito real e a punição precisa ser ligada a culpa por liames concretos. Entretanto, não se pode aceitar uma justiça pronta com seu princípio na passionalidade de indivíduos, pois essa liberdade do vingador pode transformar-se em tirania.

No crime o homem é homem e coisa, expressa a ambiguidade da condição humana. Realmente o castigo tem uma parte de fracasso, assim como os empreendimentos do homem. A vingança não traz uma justiça serena, mas o homem que é livre para escolher, é responsável, os autênticos criminosos devem ser punidos. O castigo reconhece o homem livre no mal e no bem, distingue o mal do bem de caordo com o uso de uma liberdade faz de si, o castigo quer o bem.