O PENSAMENTO
Neste capítulo Simone de Beauvoir afirma que os teóricos burgueses “professam um subjetivismo psicofisiológico” que retira as ideias do objeto pensado e a colocam somente na mentalidade do sujeito. Com este pensamento afirmam haver uma determinada essência que é expressa como: “uma alma negra, um caráter judeu, uma sabedoria amarela, uma sensibilidade feminina, um bom-senso camponês, etc.” Dizem que há uma essência e que esta “define a região do ser que é acessível a cada um”, ou seja, um camponês necessariamente “tem uma intuição mais certeira da terra que um agrônomo formado”, pois é um camponês. Com isso, embasam-se em uma espécie de teoria do conhecimento spengleriana chamada tato fisiognomônico. Isto desemboca em afirmações como: “Um desenraizado, um sem classe, jamais pode compreender a classe ou a raça em que está como intruso.” Este sistema aqui indicado, segundo Beauvoir, permite restabelecer aos homens de direita o critério da autoridade.
Em outro momento do mesmo capítulo, Beauvoir afirma que os homens de direita se fazem místicos e ligam a Verdade e a Liberdade ao silêncio e ao Transcendente. E, no entanto, prova-se que isso é uma falácia dos burgueses, pois eles o que mais reivindicam é a liberdade de expressão, e que de fato “eles não acreditam muito em mesas que giram movidas por forças ocultas.” Porém, para impor sua autoridade propõem isso como “verdade”, o misticismo e o silêncio daqueles não-privilegiados.
Também em outro momento deste capítulo a autora afirma: “(...) sabemos que o conceito de liberdade, se define (...) a partir das liberdades burguesas. A liberdade existe onde os burgueses são livres.” Por isso o exemplo citado de um senhor que afirma a miséria em Haiphong (cidade vietnamita) como liberdade. Tudo se define a partir das normas burguesas e estes pensam encarnar a figura humana, sendo assim, a massa excluída da possibilidade de acesso a este domínio.
Curto e preciso, Fernando. Valeu.
ResponderExcluirDigitou pouco, mas expressou muito^^
ResponderExcluir\O/