A História
Para tratar da concepção da História propagada pelo pensamento de direita, Simone de Beauvoir utiliza-se preferencialmente das teses de Burnham, Spengler, Toynbeee. Embora não esteja preocupada em examinar aqui os sistemas destes, a autora expõe a ideia geral e até mesmo contraditória destes pensadores.
Burnham afirma que a natureza humana é pervesa e é imutável, pessimismo esse que já basta para condenar a História, que seria feita pelos Estados Maiores, onde o movimento histórico seria realizado pela luta de poder entre as elites. Nessa sucessão entre as elites não há realmente uma finalidade, há simplesmente uma luta de poder pelo próprio poder, os homens não ganham nada. Essa ideia de Burnham é facilmente usurpada pelos anticomunistas que querem desacreditar a ideia de revolução. Aron e Monnerot, por exemplo, utiliza-se das concepções de Burnham para combater o "romantismo revolucionário".
Mas esse pessimismo de direita não vem sozinho, traz consigo um certo misticismo. Se a História é absurda como afirma Burnham, como a Elite se salvará, pois é ela própria que faz a História? Burnham nem sequer sente necessidade de se justificar uma vez que está alienado pelo anticomunismo.
Spengler e Toynbee tem um pouco mais de recursos em seus respectivos sistemas, embora traga uma visão mais trágica do mundo e condene todas as civilizações à morte, que nasce por meios inumanos; a insignificancia da humanidade é proclamada. A História estaria subordinada ao Cosmos e haveria até mesmo uma salvação sobrenatural para certos homens e em cada ciclo histórico há formas que transcendem a própria história e estas são harmoniosamente ligadas aos interesses dos privilegiados.
Em Spengler o objeto e a realidade da História nada tem haver com "a existência da besta humana", e realidade histórica dependeria de um fator cósmico. "Uma cultura nasce no momento em que desperta uma grande alma; uma cultura morre, quando a alma realizou a suma inteira das suas possibilidades sob a forma de povos, línguas, doutrinas religiosas, artes, Estados, ciências, e assim volta ao estado psíquico primário". Já em Toynbee há vagamente uma idéia de progresso, contudo, este não é recaído nas indignas mãos humanas e muito menos nas mãos de quem não seja um privilegiado, mas sim um progresso espiritual.
A história concebida pelo pensamento de direita não é realizada pelas ações dos homens e sim pelas exigências do Transcedente. Para eles é importante manter esse quietismo catastrófico que serve a ordem que já está estabelecida, ou seja, a ordem dos privilegiados, que para eles há um consolo, pois quando a elite for liquidada, já que possuem uma visão de morte e nascimento das civilizações, pelo menos esse fim será espiritual.
Mas esse pessimismo de direita não vem sozinho, traz consigo um certo misticismo. Se a História é absurda como afirma Burnham, como a Elite se salvará, pois é ela própria que faz a História? Burnham nem sequer sente necessidade de se justificar uma vez que está alienado pelo anticomunismo.
Spengler e Toynbee tem um pouco mais de recursos em seus respectivos sistemas, embora traga uma visão mais trágica do mundo e condene todas as civilizações à morte, que nasce por meios inumanos; a insignificancia da humanidade é proclamada. A História estaria subordinada ao Cosmos e haveria até mesmo uma salvação sobrenatural para certos homens e em cada ciclo histórico há formas que transcendem a própria história e estas são harmoniosamente ligadas aos interesses dos privilegiados.
Em Spengler o objeto e a realidade da História nada tem haver com "a existência da besta humana", e realidade histórica dependeria de um fator cósmico. "Uma cultura nasce no momento em que desperta uma grande alma; uma cultura morre, quando a alma realizou a suma inteira das suas possibilidades sob a forma de povos, línguas, doutrinas religiosas, artes, Estados, ciências, e assim volta ao estado psíquico primário". Já em Toynbee há vagamente uma idéia de progresso, contudo, este não é recaído nas indignas mãos humanas e muito menos nas mãos de quem não seja um privilegiado, mas sim um progresso espiritual.
A história concebida pelo pensamento de direita não é realizada pelas ações dos homens e sim pelas exigências do Transcedente. Para eles é importante manter esse quietismo catastrófico que serve a ordem que já está estabelecida, ou seja, a ordem dos privilegiados, que para eles há um consolo, pois quando a elite for liquidada, já que possuem uma visão de morte e nascimento das civilizações, pelo menos esse fim será espiritual.
Ótimo resumo!!!
ResponderExcluir:-)
Obrigada^^
ResponderExcluirTambém gostei! ^^
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