da página 79 à 87.
Simone começa falando sobre a dificuldade, na qual ela mesma tinha na juventude, de conciliar literatura e filosofia, pois ela as olhava separadamente. A primeira como um expressar da realidade em âmbito imaginário, a outra como também uma expressão da realidade, só que de maneira concisa e sistemática. Mas Beauvoir acredita que só há uma realidade e que, portanto, literatura e filosofia, como manifestações da realidade, unem-se e mostram o mundo de maneira completa.
De início, a autora preza por mostrar o valor do romance. Este traz consigo o peso das experiências vividas ao empreendimento intelectual. Com isso, inquieta o leitor, o fazendo formar idéias, posicionamentos, situação a qual, diz Simone, nenhuma doutrina sistemática pode substituir.
O verdadeiro romance tem que ter essência livre. Não pode prender-se a formulas ou sistemas. Muito menos seus personagens. A sutileza do seu sentido deve ser mantida para que sua influência profunda não se macule. Portanto, o autor de um romance deve manter-se escondido ao leitor, pois este não gosta de sentir-se propositalmente influenciado. Ele quer concluir independentemente. Para isso, o autor deve ter cautela ao construir o romance, pois este deve encontrar-se estreitamente ligado à experiência realmente vivida, deve ter o teor ambíguo e a opacidade da vida real. Então, a investigação é feita não só pelo leitor, mas pelo autor também. Os dois participam deste processo e o texto dilui-se ao leitor de maneira natural e gradativa. O processo é vivo e instigante a ambos. Assim, o personagem romanesco tem autonomia na trama. Seus atos não são pré-estabelecidos pelo autor. Esta liberdade apresenta-se na relação do romancista aos seus próprios projetos. Deste modo, a obra desenrola-se ao longo do percurso e os sentidos irão remeter-se às primeiras idéias, trazendo novos conflitos ou soluções. Pelas palavras de Simone: “o romance aparecerá como uma autêntica aventura espiritual”.
Depois de demonstrar o valor e de como se desenvolve a obra romanesca, introduz a idéia de que o romance metafísico deve ter em si estas características, pois Simone não defende uma filosofia previamente e sistematicamente constituída e independente, mas compreende-a como compreende o romance: como um desenvolvimento livre e instigador. Cita como exemplo o romance psicológico. Não é preciso falar em Freud ou Ribot para se fazer um romance psicológico, pois a psicologia está no cotidiano das relações vividas no real. Da mesma maneira a filosofia. Ela falará que para se fazer metafísica é preciso ser metafísico. Esta se põe na totalidade do mundo.
Sendo assim, literatura e filosofia ambas estão ligadas, já que ambas são parte deste todo que é o real.
De início, a autora preza por mostrar o valor do romance. Este traz consigo o peso das experiências vividas ao empreendimento intelectual. Com isso, inquieta o leitor, o fazendo formar idéias, posicionamentos, situação a qual, diz Simone, nenhuma doutrina sistemática pode substituir.
O verdadeiro romance tem que ter essência livre. Não pode prender-se a formulas ou sistemas. Muito menos seus personagens. A sutileza do seu sentido deve ser mantida para que sua influência profunda não se macule. Portanto, o autor de um romance deve manter-se escondido ao leitor, pois este não gosta de sentir-se propositalmente influenciado. Ele quer concluir independentemente. Para isso, o autor deve ter cautela ao construir o romance, pois este deve encontrar-se estreitamente ligado à experiência realmente vivida, deve ter o teor ambíguo e a opacidade da vida real. Então, a investigação é feita não só pelo leitor, mas pelo autor também. Os dois participam deste processo e o texto dilui-se ao leitor de maneira natural e gradativa. O processo é vivo e instigante a ambos. Assim, o personagem romanesco tem autonomia na trama. Seus atos não são pré-estabelecidos pelo autor. Esta liberdade apresenta-se na relação do romancista aos seus próprios projetos. Deste modo, a obra desenrola-se ao longo do percurso e os sentidos irão remeter-se às primeiras idéias, trazendo novos conflitos ou soluções. Pelas palavras de Simone: “o romance aparecerá como uma autêntica aventura espiritual”.
Depois de demonstrar o valor e de como se desenvolve a obra romanesca, introduz a idéia de que o romance metafísico deve ter em si estas características, pois Simone não defende uma filosofia previamente e sistematicamente constituída e independente, mas compreende-a como compreende o romance: como um desenvolvimento livre e instigador. Cita como exemplo o romance psicológico. Não é preciso falar em Freud ou Ribot para se fazer um romance psicológico, pois a psicologia está no cotidiano das relações vividas no real. Da mesma maneira a filosofia. Ela falará que para se fazer metafísica é preciso ser metafísico. Esta se põe na totalidade do mundo.
Sendo assim, literatura e filosofia ambas estão ligadas, já que ambas são parte deste todo que é o real.
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